Pacientes omitem informações médicas quando vão ao dentista, segundo pesquisa do CIOB.
O breve estudo apresenta dados preocupantes à saúde de pacientes que frequentam consultórios dentários. A Pesquisa Nacional de Saúde, divulgada recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que mesmo o Brasil sendo o país que mais tem dentistas no mundo – são 260 mil -, mais da metade dos brasileiros não se consultam anualmente. A recomendação dos dentistas é de que as consultas sejam semestrais. O estudo nacional embasa a pesquisa de amostragem realizada pelo Centro Internacional Odontológico Brasileiro (CIOB) de São Paulo, que apresenta dados preocupantes para os profissionais da odontologia e para pacientes: informações sobre tratamentos médicos – realizados simultaneamente a tratamentos odontológicos – foram, simplesmente, omitidas na análise pré-operatória para a realização de cirurgias e tratamentos dentários. De acordo com a pesquisa, os pacientes consultados veem como “desnecessária” a transmissão de detalhes para os dentistas. Esta pesquisa do CIOB, com compilação de dados de 2014, vem pontuar e alertar a população de que as omissões de doenças presentes ou pregressas ao prontuário odontológico podem acarretar prognósticos ruins ao tratamento realizado e, além disso, como consequência “esconder” informações relevantes promovem grave risco à saúde do paciente que procura tratamentos de saúde. Entre janeiro e dezembro de 2014 foram atendidos na instituição 738 pacientes, com idades entre 20 e 81 anos de idade, na área de reabilitação sobre implantes e cirurgias avançadas. Destes, 6% pertencem à classe B, 72% são da classe C e 22% informaram que são da classe D. “Desse levantamento foi possível notar que 63% desses pacientes, ou seja, 456 candidatos ao tratamento omitiram a informação sobre doenças no preenchimento do questionário de saúde odontológico. Ainda, 68% acham desnecessárias tais informações. E 32% dos pacientes alegaram “esquecimento””, alerta Marcelo Sarra Falsi, coordenador da pesquisa, cirurgião-dentista e professor responsável pelo Instituto CIOB. Quanto ao grau de escolaridade dos que responderam à pesquisa, 8% não tinham grau de instrução; 47% informam ter somente o ensino básico; 24% disseram possuir o fundamental e 21% afirmam ter o ensino médio. Pelo caminho oposto, felizmente a história odontológica nesses últimos 25 anos, vem ao desencontro dessa omissão de dados. A Odontologia é caracterizada pelo alto grau de procedimentos interventivos. Durante todo esse tempo, a profissão agregou mais complexidade aos seus tratamentos, principalmente com o surgimento da Implantodontia. “É necessário alertar e cobrar mais empenho dos profissionais envolvidos nestes campos de atuação, para que essas informações complementares cheguem de forma coerente, de modo a influenciar positivamente os tratamentos odontológicos de seus pacientes”, orienta o especialista.   Frequência baixa Outra parte do levantamento mostra que a frequência média ao médico (todas as especialidades), em 12 meses, foi muito maior que a consulta ao dentista: 86% contra 14%, respectivamente. O que sugere, por um lado, uma formalidade funcional dessa população de requisitar tais informações complementares, através da medicina, em geral, e não da odontologia. Ainda de acordo com o professor Marcelo Falsi, “o dentista é visto pelos pacientes pesquisados como ‘profissional operacional’, que não necessitam de informações de saúde para atuar, e isso não é verdade. Exemplo disso é que muitos pacientes também ficam perplexos quando são solicitados exames complementares simples, como os de sangue”, finaliza o especialista do instituto de Odontologia. Fonte: Odonto Magazine – https://bit.ly/1Q1e61i